sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Menos Concurso, Mais Empreendedorismo

Existem diversos amigos que sei que são grandes empreendedores, que fazem, que realizam, que podem mudar o mundo.
Eu sempre sonhei em ser advogado, não juiz, não promotor, não qualquer outra coisa, ADVOGADO, desde os 8-10 anos, eu queria ter o escritório de advocacia que levaria o meu nome. Isso se confirmou ainda mais quando vi o filme Tempo de Matar em 1996 e vi Robert Durval em A Qualquer Preço (filme que sempre recomendo aos meus alunos) em 1998, já o tinha visto em Poderoso Chefão e ficado encantado com o consigliere, a atuação de um grande advogado, sócio de uma grande firma ensinando o que não se deve fazer.
         Como eu disse eu não queria só ser advogado, queria a minha firma, queria o meu escritório, queria EMPREENDER, para isso estagiei em grandes firmas, aprendi com quem trabalhava nos bastidores do escritório, contas a pagar, contas a receber, formas de contrato e de contratação.
Aprendi o quão importante são os grandes setores de um escritório de advocacia ou de todo prestador de serviço: setor jurídico (se vc é de outro setor de serviço, é só mudar a área), administrativo, comercial e financeiro.
Enquanto estagiava, depois contratado, depois advogado, ouvi da minha mãe uma dezena de vezes que eu devia fazer concurso e eu tentava falar: - meu sonho é empreender, meu sonho é ser advogado e ajudar um empreendedor a realizar seu sonho.
Depois de uns 10 anos, de ter me realizado na profissão, ela se convenceu que valia a pena ser advogado, foi divertido quando isso aconteceu, mas isso é outra história.
Meu escritório, MARINHO E ASSOCIADOS - ADVOCACIA EMPRESARIAL, faz 7 anos nesse mês de agosto e tenho muito orgulho de ter empreendido nessa bela área e, ainda mais, de quem trabalha ou trabalhou comigo nesses anos todos.
Menos concurso, MAIS EMPREENDEDORISMO!


Rodrigo Saraiva Marinho autorizou o blog a postar o conteúdo de sua autoria. Rodrigo é advogado, professor de direito, mestre em direito constitucional pela UNIFOR, membro do Conselho Editorial da Revista Mises, presidente do Instituto Liberal do Nordeste, membro do Conselho de Administração do Instituto Mises Brasil e Diretor de Operações da Rede Liberdade.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A Liberdade é Você



Certo dia conversava com um jovem piauiense de pouca fé. Ele usava alguns argumentos econômicos para tentar me convencer de que, por mais que você se esforçasse, nada garantia um bom resultado na vida. De fato: não há certezas na vida.



O problema é que ele se apegava tanto a essa estrutura de pensamento que transformava o ceticismo em resmungo e teimosia. Dizia ele: “perdi a fé no homem”. Ele era leitor de Richard Dawkins, o biólogo profissional e teólogo de botequim, por isso me pareceu compreensível esse comportamento.

Então lembrei de minha fé prática. De como essa coisa louca de “acreditar” funciona. E tentava conciliar o argumento da descrença no homem e em suas utopias e promessas de futuros gloriosos usando a máquina pública, com o entusiasmo inabalável de minhas ações intransigentemente eficazes da vida privada. Eu também era cético sobre a humanidade – as profecias sobre uma bancarrota da humanidade estão presentes em dezenas de religiões e previsões científicas. Mas era como se isso não me dissesse respeito. Como se um revólver apontado sobre minha cabeça ou a certeza do fim do mundo não fizessem a menor diferença. Ser livre, aqui e agora, e apesar do governo. Como dizia um outro amigo libertário, “ter vergonha na cara”. Isso é o bastante.

A plena consciência de minha existência, do que sou, do que tenho capacidade ou não de fazer, de para onde vou e do que irei realizar consome o tempo que teria para pensar na possibilidade real de nada dar certo. E daí? Eu sabia, depois de 30 anos de existência, que a tenacidade irrecuável funciona. Mas bastaria ler algumas biografias de gigantes da história para perceber isto: que a fé prática inutiliza a probabilidade do desastre. E daí? No fim, é só você, e sua certeza misteriosa na vitória, que nem uma lipoaspiração pode arrancar. Chega um momento em sua vida que você sabe exatamente o que está fazendo, com tanta clareza que você começa a entender o que é a liberdade. Não existe liberdade onde não há obstinação pela vitória. Ainda que sua obstinação seja por ficar no boliche do shopping riverside tomando cerveja com os amigos. O que, afinal, representa o seu desejo de vitória? Qual é sua meta para viver uma vida autenticamente livre? Coloque estas drogas no papel, and do it.

Esperar pelo fim ou diminuição do estado para viver em “estado” de liberdade não seria muito recomendável. Você precisa ser livre AGORA. Com as armas que tem. Ou com armas apontadas para a cabeça. Porque se o Estado implodisse amanhã, sua liberdade não estaria garantida. Dependência é escravidão. Preguiça é escravidão. Indecisão é escravidão. Covardia é escravidão. Baixa-estima é escravidão. Prepotência é escravidão. Cuidar da vida dos outros é escravidão. Foda-se o contexto: a liberdade é você. Liberdade não é um índice econômico nem um diagrama. Liberdade é você parar de se sentir “deslocado” porque pensa diferente. Como dizia um amigo conservador: “a gente nasceu pelado, careca e sem dente: o que vier é lucro!” Foi a melhor definição de liberdade que já ouvi na vida.

Você olha em volta e vê um mundo deformado, parasitado pelo estado e seus lacaios, com privações de liberdade por todos os lados. Mas nenhum crime é maior do que tirar a liberdade de consciência das pessoas. É isto o que vejo no Piauí. Corações e mentes de jovens libertários sem saber muito bem o que fazer ou como agir. Não sabem se fazem alguma coisa pela causa, ou se cuidam de sua vida pessoal e profissional. As duas causas são nobres, decida-se. Ou faça as duas. Faça pouco, ou faça muito. Não faça! Mas seja.

O terrível, o trágico e o estarrecedor de tudo  é quando se escolhe não fazer nada não pelo livre-arbítrio de nada fazer, mas apenas por achar que não fará diferença. Até o petista consegue ser mais nobre do que isso.

O bom do movimento libertário é que ninguém é obrigado a nada. Mas ele parte de uma intransigência moral tão forte que ou você aprende a ficar rico ou vai querer compartilhar a ideia profunda de liberdade com alguém, porque com 5 páginas de leitura de liberalismo, já dá pra perceber que vida, liberdade e propriedade são coisas que ou você tem, ou você quebra bem no meio. A boa notícia? Você já tem as três coisas, aqui e agora. Tem um coração batendo. Tem duas pernas e dois braços. Ou talvez não tenha um pedaço deles. E daí? O índice de liberdade de consciência não se mede em gráficos. Você não vai aprender isso lendo Mises. 

“O Estado tira minha liberdade!” Bullshit. Isso é covardia esquerdista. Conte isso para os outros, não para você mesmo. "Opressão" não está no dicionário libertário. O Estado não oprime você. A luta por mais liberdade é meramente uma questão de honra, de legítima-defesa e de poder da mente. E você pode, usando unicamente a energia empreendedora limitada por um estado escravizador, tornar-se o homem mais livre do mundo.

Sigo fazendo a minha parte, e a farei até o dia de minha aposentadoria, quando o Estado, depois de me roubar insanamente a vida inteira, conceder-me-á suas migalhas - as quais só irei receber se, como disse meu amigo sem fé, "as coisas de repente derem errado".

Nao há mais nada o que dizer. A liberdade é você.

Por: Manoela Baldesco

O tempo destrói tudo, até o sonho socialista



"Um homem que não seja um socialista aos 20 anos não tem coração. Um homem que ainda seja um socialista aos 40 não tem cabeça." 


Georges Benjamin Clemenceau (1841-1929) 




 Quem não lembra daquela clássica foto em que o então presidente Venezuelano, Hugo Chavez, deu de presente o livro “As Veias Abertas da América Latina” para o presidente dos EUA, Barack Obama? O livro do escritor uruguaio Eduardo Galeano(1940-2015) é indicado aos quatro ventos pela esquerda latino-americana aos jovens, por gerações e mais gerações. Mas o que existe de errado com o livro? 



Eduardo Galeano afirmou no aniversário em homenagem de 43 anos do lançamento do livro que não concordava com o direcionamento do próprio livro, e em declaração afirmou: “Veias Abertas pretendia ser um livro de economia política, mas eu não tinha o treinamento e o preparo necessário". Ele acrescentou: "eu não seria capaz de reler esse livro; cairia dormindo. Para mim, essa prosa da esquerda tradicional é extremamente árida, e meu físico já não a tolera."



Tal afirmação e posicionamento é um enorme choque aos militantes de esquerda, atuais e antigos. Imaginem a gama de profissionais do ensino que o elevaram a nível de “obra-prima” por anos e anos? A afirmação de Galeano causou decepção em nomes como Isabelle Allender, que escreveu texto introdutório numa das edições recentes do livro. Todo o frenesi sobre a causa da “pátria grande” latino-americana, por algum milagre indecoroso, nunca conseguiu ser o grande baluarte da educação, economia e prosperidade, como chegou a imaginar Galeano. 



Hoje a esquerda especializou-se em culpar causas externas, como colonialismo, e o “imperialismo” de todas as grandes potências. Terá ele notado a tempo? É bem verdade que Galeno escreveu o livro em um período de pós-juventude, onde os sonhos são mais importantes do que a racionalidade na busca das reais causas dos nossos fracassos continentais. Não é de hoje que tentam os revolucionários construir esse sonho que nunca se consolidou, devido, segundo a esquerda, às “forças estrangeiras”. 



Segundo a teoria do historiador romântico e nacionalista paraguaio Juan Emiliano O'Leary (1879-1969), acredita-se, por exemplo, que a “Última Guerra do Prata” foi causada por influência da Inglaterra! Para a enigmática teoria conspiratória, Brasil, Uruguai e Argentina guerrearam contra o tirano paraguaio Solano Lopez. “É culpa do imperialismo”, dizem. 



Galeano conviveu bastante com o peruano Mário Vargas Llosa(1936), renomado escritor de clássicos da literatura latina, como “Guerra do Fim do Mundo”(1981). Ele comenta a Guerra de Canudos, e dedica a obra a Euclides Cunha(1866-1909). Vargas Llosa também era um ex-simpatizante da esquerda latina, e chegou a flertar com o governo de Fidel Castro. Porém, após o apoio de Fidel à invasão da U.R.S.S na Tchecoslovaquia (“Primavera de Praga”-1968), Vargas Llosa passou a afastar-se dos movimentos de esquerda, e atualmente declara-se ativista da Liberdade na América Latina. A história do conhecimento sempre apresenta vários pensadores, que em determinado momento de suas vidas, tornaram-se mais ou menos conservadores ou liberais. Alguns, mesmo diante das atrocidades de seus antigos ideais, não tiveram hombridade o suficiente, como o caso de György Lukács(1885-1971) e outros imponentes intelectuais da esquerda. Não obstante, viram o seu mundo ao chão com o lançamento do livro “Arquipélago Gulag”(1973), escrito por Alexander Soljenítsin(1918-2008), prisioneiro em campos de trabalho forçados na U.R.S.S, e o primeiro a fazer denuncias sobre as condições aterrorizadoras dos Gulags socialistas. Seguindo as denúncias, escreveu também “Um dia na vida de Ivan Denisovich” (1962). 



É necessário lembra do escritor polonês Leszek Kolalowski(1927-2009). Ávido marxista em boa parte da sua vida, escreveu posteriormente uma extensa obra de 1.200 páginas na qual critica o marxismo em três volumes intitulados “As Principais Correntes do Marxismo”(1976). Ele leu em Jonh Locke(1632-1704) as bases do liberalismo moderno, e não poupou críticas a "Crítica da razão dialética"(1960), de Jean-Paul Sartre(1906-1980) e ao marxismo campesino do maoismo na China, bem como ao Comunismo que devastou os países do leste da Europa. 



E os nossos escritores brasileiros? Poderíamos começar não somente com Graciliano Ramos (1892-1953), que chegou a filiar-se ao Partido Comunista, e logo depois se afastou. Jorge Amado(1912-2001), um dos maiores best-sellers da literatura brasileira, ao assistir o fim da U.R.S.S pela televisão, viu a realidade do fim do socialismo real, e um mundo de crenças desmoronou junto ao muro de Berlin, ao descobrir que Stalin não era o pai dos pobres como imaginava. Para o nosso ex-deputado do Partido Comunista, o mundo cruel e as verdades expostas pelo governo de Mikhail Gorbachev (1931) foram cruciais à derrocada do sonho.



E quanto ao poeta Ferreira Gullar (1930)? Em um passado não tão distante, cantou alegorias à revolução e comentou “a beleza da moça é tão bela quanto a revolução cubana”; hoje considera o socialismo uma utopia e o capitalismo uma força invencível. Nas palavras do poeta Ferreira Gullar, sobre a insistência em ser socialista no mundo moderno, diz: - “Quando ser de esquerda dava cadeia, ninguém era. Agora que dá prêmio, todo mundo é”. Nada melhor do que o tempo. O grande problema de lutar por utopia e contra o capitalismo é tentar construir um sistema baseado em sonhos cuja aplicação só gera miséria e tragédias, enquanto a tal “força do capitalismo” é apenas um sistema econômico natural, não um sonho. 



A realidade é sempre mais prática do que qualquer romance. As “veias” da América Latina precisam de oxigênio, de mais liberdade. Você não precisa chegar aos 70 anos para enfim perceber o inevitável. 




Por: Pedrus S. Paz

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Debate entre Fernando Chiocca e um colunista do Piauí Liberal


Fernando Chiocca respondeu, no grupo "Heróis do Jenipapo" do facebook, o artigo "A Polícia e o Libertarianismo: um conflito moral.", publicado por colunista do Piauí Liberal. O artigo criticava algumas das opiniões de Chiocca, diretor do Instituto Ludwig von Mises Brasil, acerca da criminalização das ações de policiais honestos em seu artigo, "A Ética da Polícia". O debate foi (ou está sendo) franco, de bom nível, mas sem cerimônias, como em geral acontece numa rede social.

A resposta de Chiocca foi publicada pelo correspondente Edson Probo, e o colunista assina com pseudônimo "Umkara Sincero". Acompanhe trechos:




Acompanhe o Grupo de Estudos Herois do Jenipapo.



Por: Manoela Baldesco

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A Ética da Redistribuição - Bertrand de Jouvenel

http://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=72

A Teoria da Exploração do Socialismo-Comunismo - Böhm-Bawerk

http://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=33

A Ética da Liberdade - Rothbard

http://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=12

As Seis Lições - Ludwing von Mises

http://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=33

COMO PARTICIPAR

Você gosta de escrever sobre o liberalismo e temas afins? Quer gravar vídeos sobre o assunto? Ou talvez você tenha uma opinião diferente e queira promover um debate? Para participar e ser um colunista ou publicar na Piauí Liberal, basta enviar o seu material para avaliação da equipe editorial pelo email ge.heroisdenipapo@gmail.com.


Ou, se preferir, você pode participar do movimentado "Grupo de Estudos "Herois do Jenipapo" (não fazemos mais parte), que já está com mais 200 participantes: https://www.facebook.com/groups/liberalismoAOlibertarianismo/?fref=ts


Comunique-se conosco também pela nossa fanpage: https://www.facebook.com/piauiliberal?fref=ts

E pelo grupo: https://www.facebook.com/groups/piauiliberal/?fref=ts

Escreva, participe! Mostre seu talento! O Piauí Liberal quer ouvir você!

Anatomia do Estado - Rothbard

http://www.mises.org.br/Ebook.aspx?id=69

Quem Somos

O Piauí Liberal surgiu como uma proposta de produção, divulgação e reunião de artigos contendo ideias, reflexões e análises de diversos autores piauienses acerca de liberalismo & libertarianismo. O canal procura um diálogo franco sobre a realidade econômica, cultural e política, a partir da visão livre-mercadista da Escola Austríaca, que prioriza os direitos a vida, liberdade e propriedade.

O Piauí Liberal tem por objetivo agregar as pessoas que vivem e expressam a liberdade como norte, como um dos princípios centrais formadores da civilização, e questiona qualquer forma de imposição estatal e coletivismos forçados que diminuam o grau de livre-arbítrio do indíviduo - sem radicalismos nem intransigências politico-ideológicas.

Piauí liberal valoriza o debate acadêmico, e está aberto a diálogo e correspondência com outros grupos de estudo ao redor do país e do Piauí.

Seja bem-vindo.

A Polícia e o Libertarianismo: um conflito moral




Existe uma relação um pouco tensa entre as ideias libertárias e a polícia institucional/estatal. Libertários são anti-estado, e por isso combatem todas as formas daquilo que chamam de “monopólio da violência”. Segundo os libertários, as polícias civil, militar, federal e as forças armadas não teriam legitimidade de ação, pois são mantidas pela coerção dos impostos – o ideal, portanto, seria adotar o policiamento privado.

Até aí, tudo bem. Contestar o monopólio do uso da força é válido e nobre, bem como questionar a sustentação de um órgão mediante a coerção fiscal do cidadão. É uma contestação de sistema, e um convite à reflexão sobre os problemas do modelo estatista de organização da sociedade.

No entanto, Fernando Chiocca publicou um texto no Instituto Mises Brasil de nome “A Ética da Polícia”, em que passa dos limites das contestações básicas libertaristas. Reforçando as narrativas esquerdistas anti-PM que tanto infectam as universidades brasileiras, ele acusa especificamente os policiais honestos e cumpridores do dever, em nome de alguns de seus departamentos, de “vilões” e de criminosos comuns, com o argumento de que estes atacariam a propriedade privada. “Eles não passam de criminosos, que eventualmente também executam boas ações.”, diz ele. E dá como exemplo a ação coercitiva, em tese, do fechamento de bingos privados (libertários não consideram o "jogo" passível de criminalização) e a apreensão de drogas (idem). São suas palavras:

“Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que este artigo não trata de uma crítica aos policiais corruptos, e sim à polícia em si.” Ou seja: não resta dúvida de que ele está falando dos policiais honestos e responsáveis.

Não vamos aqui entrar no mérito sobre o que deveria ser considerado crime ou não. Para efeito de argumentação, vamos considerar que Chiocca está correto, e que criminalizar o jogo e o uso de drogas seja mesmo uma agressão à liberdade individual, e um ato imoral. O que queremos mostrar é que,independente disso, a tentativa de vilanização do policial é um comportamento anti-ético e um desserviço político. Vamos tentar, abaixo, mostrar as superficialidades e incorreções lógicas de Chiocca. Segue um trecho do referido artigo, para depois comentá-lo:

“o monopólio compulsório do uso da força exercido por uma organização [polícia] que além deste crime — do monopóliopratica inúmeros outros, cria uma situação em que a instituição da polícia, que deveria ser a guardiã dos direitos de propriedade, é a mesma que ataca estes direitos.”

À primeira vista, isto pareceria sensato: a polícia que nos protege de perigos, é a mesma subordinada à violência estatal. Mas há uma falácia das grossas aí.

Ora: se “o monopólio compulsório do uso da força” é oferecido por lei, e se a lei é definida por uma votação, deve-se observar que o “monopólio da força” não é exercido pela polícia, mas pela lei, em primeira instância, pelo sistema representativo que a institui, em segunda instância, e pela legitimação social deste sistema, por fim. A polícia é apenas um derivado em quarto nível (no mínimo) instrumentalizado pela coerção estatal.

O suposto “crime de monopólio” do qual a polícia é acusada (supondo-se, aqui, que já haja uma “sentença condenatória” a priori) não é um contexto do qual o policial possa fugir no atual sistema, porque o monopólio não é definido pelo indivíduo policial. Sua profissão está contida em engrenagens coercitivas de estado, e apenas uma subversão consciente em massa poderia mudar isto. Desta forma, jamais se poderia comparar o crime de um bandido comum que é condenado por lei, pelo sistema representativo e que é admoestado socialmente, com a ação de um policial cumpridor do seu dever legal. Deve-se contestar a lei, e se buscar a educação acerca do problema.

Certamente, opolicial pode, sim,ser RESPONSABILIZADO em certa medida,pois ésujeito ativo.Masem que medida? Esta responsabilização configura passível de tipificação, como rotulam os libetários com aparente facilidade?


O Policial é instrumentalizado pelo Estado

Existe um conceito no direito conhecido como “autoria mediata”. Autoria mediata acontece quando o autor do crime usa um agente inconsciente para cometer um crime – por exemplo, um médico que quer matar o paciente, e receita uma substância fatal para que a enfermeira aplique, sem que ela saiba da trama macabra. Já de pronto, vemos que o agente do crime não se confunde com o autor do crime. O autor do homicídio seria o médico, e a enfermeira estaria imediatamente inocentada.

No caso dos policiais, quem seriam os autores? Resposta: o propositor da lei, e todos os que corroboraram para sua aprovação. Os policiais estariam evidentemente sendo instrumentalizados por aqueles. Isto significa que há uma inconsciência dupla: (1) os policiais não sabem que são instrumentalizados e (2) muitos dos que instrumentalizaram não sabem que estão fazendo isto. Vejam a distância abissal que nos posicionamos da noção de “criminalidade”.

E isto não poderia ser de modo algum confundido ou comparado com a retórica esquerdista de instrumentalização subjetiva, como o caso se culpar “a desigualdade social” ou a “pobreza” por um crime que conscientemente se cometeu. São dois fenômenos brutalmente distintos, pois na autoria mediata do caso do policial, não há consciência do agente, nem do instrumentalizado, nem do instrumentalizador. Já no caso de apelar à “pobreza” para justificar um crime, não há instrumentalização porque só existe o autor que age diretamente (imediato) – ninguém o obrigou por lei a cometer o crime, que ele sabia ser crime, e ninguém tem culpa da circunstância de pobreza em que a sorte lhe colocou. Ademais, estas circunstâncias apenas poderiam atenuar a pena, e jamais inocentar.

E se fosse crime?


Mas vamos esquecer tudo isto. Vamos imaginar, por obséquio, que o policial honesto e responsável tenha cometido realmente um “crime” ao apreender drogas e fechar bingos. Concretizando esta situação fantasiosa, a Teoria do Direito oferece parâmetros eficazes para tais análises, como a dosimetria da pena.  Quando se vai julgar um crime, a dosimetria penal recomenda a avaliação cuidadosa de 8 fatores: 

1) Culpabilidade (avaliar se há intenção ou não do agente)
2) Antecedentes criminais
3) Conduta social (Relacionamento do indivíduo com a família, trabalho e sociedade);
4) Personalidade do agente (Se o indivíduo possui personalidade voltada para o crime);
5) Motivos;
6) Circunstâncias do crime (modo pelo qual o crime se deu);
7) Consequências (além do fato contido na lei);
8) Comportamento da vítima.


Vamos lá. Ponto por ponto. No caso do policial que apreende drogas e fecha bingos, não há intenção de cometer o crime, mas de combatê-lo, e de cumprir uma lei (1). Também não há antecedentes criminais, em se supondo a honestidade do mesmo (podemos nos concentrar nos policiais honestos, pois Chiocca os comparou a qualquer bandido) (2) e existe um bom relacionamento com a família (3). Sobre a personalidade do agente (4), é evidente que o policial honesto não tem vocação para o crime, mas para sua contenção. Supor os motivos do crime (5) seria surreal, pois a motivação é a própria lei. Quanto às circunstâncias (6), seria a obrigação de serviço, sob pena de ser preso por prevaricação (recusa de cumprimento do dever). Já sobre as consequências do crime (7), é preciso ver caso a caso, por exemplo: o dono do bingo vítima dos policiais poderia ser morto por dívida, caso perdesse sua fonte de renda, como também o fechamento do bingo poderia salvar muitas famílias de viciados em jogo que deixaram de dever a agiotas.

Observamos que destes 7 primeiros itens, 6 confeririam atenuantes evidentes aos policiais, e o 7º deles dificilmente seria um agravante, pois as consequências poderiam ser “boas”, e isto atenuaria também a pena.

O único item que poderia ser considerado um agravante de fato seria o item 8, pois o comportamento da vítima, seja reagindo ou não, seria a da mais absoluta impossibilidade de legítima defesa, haja vista que a lei, o sistema, a opinião pública e a polícia, estão todos contra ela. Mas, se levarmos em conta a realidade de que o policial foi instrumentalizado, o agravante vai pesar para o autor mediato, e nunca para policial.

Então, temos que: o policial tem 6 atenuantes penais e 2 neutralidades. Nenhum agravante. E, voltando para a realidade, ele é instrumentalizado objetivamente, e não se pode incidir atenuantes nem agravantes para quem é instrumentalizado num crime. Resumo da ópera: as vítimas são reais, mas o crime tem certamente outro autor. 


E quanto ao policial que já se convenceu de que o Estado é violência, e que mesmo assim age em nome de uma imoralidade? Aí sim. Se existir este tipo de policial com consciência libertária (?), há “crime”, no sentido de ação consciente. Ainda assim, ele pode ser ameaçado de prisão por prevaricação caso se recuse a trabalhar. E Chiocca em momento algum introduz o critério “consciência dos atos” para julgar os policiais honestos como marginais.


Fernando Chiocca prossegue:

“aquelas pessoas que deveriam desempenhar exclusivamente uma das mais honradas e corajosas funções da sociedade[...], são as mesmas pessoas que na maioria dos casos desempenham muitos outros crimes — as vezes não fazem nada além de praticar crimes.”


O que se vê é que as argumentações de Chiocca são baseadas unicamente em retórica, ou no senso de justiça precário que quer identificar "criminosos" com a simplicidade de um olhar. Pelo fato de haver vítimas, ele procura culpados partindo de senso comum, e de uma percepção de justiça e moralidade seriamente distorcidas, ou atrofiadas. O que ele faz é tentar aplicar unicamente, e de forma atabalhoada, uma ética de liberdade sobre uma circunstância em que uma teoria da justiça deveria obrigatoriamente estar presente

O autor do artigo tenta ainda “afagar” os policiais, descrevendo sua atuação como “uma das mais honradas e corajosas” – mas faz isto ao mesmo tempo em que os imputa a mais horrenda acusação de bandidagem vil, colocando-os no nível de ladrões, assassinos e nazistas.

Se há autores do "crime", os culpados são a própria sociedade, que sustenta ideologicamente um sistema coercitivo, e sobretudo, os políticos conscientes que não contestam este sistema. Cria-se,então, um dominó jurídico, onde cada peça criminalizada compromete a outra a ser cúmplice. Chiocca, apesar de nitidamente bem intencionado, coloca-se ele mesmo na posição de criminoso, ao praticar imputação falsa de crime à parcela de policiais honestos e dedicados, para os quais certamente irá ligar quando for assaltado.

É deste modo que muitos libertários, seduzidos pela ilusão de facilidade, aplicam sua doutrina a todo e qualquer caso indiscriminadamente, privando-se das categorias mentais de disciplinas afins tão necessárias, como se tivessem em mãos uma “teoria de tudo”.

Chiocca, com este tipo de abordagem, insufla o discurso socialista de ódio contra a PM, e coopera para cumprimento de suas metas estatistas. Uma destas metas é a “desmilitarização” da polícia militar, que colocaria o país num estado policialesco chavista do dia para a noite: a PM deixaria de se subordinar às forças armadas para ser comandada pelo executivo, num ato jurídico de concentração de poder jamais visto na história brasileira.

Sim: o sistema de segurança estatal tem de ser contestado, mas a polícia tem de ser defendida – por razões estratégicas, e sobretudo éticas. Pessoas como Chiocca parecem não fazer a menor ideia do que é o dia-a-dia de um policial, do grau de coragem necessário para arriscar-se num tiroteio com assaltantes de banco. A insensibilidade e a incapacidade para se perceber hierarquias morais com clareza prejudicam a percepção de uma realidade: a de que policiais honestos e competentes são, sim, heróis. A tentativa de vilanizar um herói citando a complexidade do ser humano (meio herói meio vilão, como faz o referido autor) não serve de argumento, pois o policial está sendo acusado por Chiocca de ser policial – e nada mais. Não há nenhum argumento libertário diferente que pese sobre policiais, que não pese também sobre qualquer outro funcionário público que é pago mediante o roubo dos impostos - e nem por isso se sai por aí dizendo que concursados são criminosos.
Talvez a única diferença relevante, por este aspecto, entre os policias e outros concursados, seja o fato de que os policiais realmente podem proteger a vida, liberdade e propriedade de outros, arriscando saúde, família e futuro em combates frontais, enquanto são chamados de nazistas e ladrões pelas costas – justamente por aqueles que tentam defender. Isto sim,é moralmente repugnante.

Para entender a PEC da desmilitarização e a falácia esquerdista: http://libertatum.blogspot.com.br/2013/11/a-falacia-da-desmilitarizacao-da-policia.html


Por: Manoela Baldesco

sábado, 1 de agosto de 2015

FHC e sua Síndrome de Estocolmo


Em entrevista à revista alemã Deutsche Welle, FHC disse que Dilma é uma mulher honrada e que o ex-presidente Lula não deve ser preso. Isso mesmo, um ano após o PT protagonizar a eleição presidencial mais suja da história do Brasil - FHC continua com essa visão em relação aos dois mais importantes integrantes do Partido dos Trabalhadores.


É evidente que FHC e diversos tucanos sofrem de um mal chamado de Síndrome de Estocolmo, nome comumente dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida há um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor.

Não adianta só dizer que o PT é uma fraude, temos sempre que deixar claro que o PSDB também é uma fraude. Milhões de brasileiros são há anos enganados por esses dois partidos de esquerda. E há mais de 12 o PT finge que governa e o PSDB finge que é oposição. É perceptível que o PMDB, partido integrante da base governista, mesmo com todo seu fisiologismo - consegue ser mais oposição ao PT que o próprio PSDB.

Mesmo com a enorme propagação de calúnias contra Aécio Neves (vídeo abaixo), candidato adversário de Dilma Rousseff na última eleição presidencial brasileira, mesmo com a tentativa de assassinato da reputação de Armínio Fraga, um dos maiores economistas do Brasil, mesmo com a utilização eleitoral dos Correios Brasileiros pelo Partido do Trabalhadores, tudo isso não foi suficiente para FHC.



Uma coisa tem que ficar claro, o maior responsável pelos mais de 12 anos de permanência do PT no poder chama-se Fernando Henrique Cardoso.

PS: Esqueci de colocar o mais importante. Dilma disse que o ex-presidente FHC é o culpado pelo Petrolão, pois o mesmo não investigou a corrupção na empresa (Petrobras) antes. Acontece que certos delatores apontam o início da corrupção na Petrobras como política de governo somente no governo do PT. A corrupção antes era por iniciativa própria de certos funcionários. Realmente, a forma amigável como FHC trata o PT é de deixar qualquer um tonto.





https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome_de_Estocolmo
http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Visao/noticia/2015/07/revista-alema-fhc-poupa-dilma-na-lava-jato-e-diz-que-ela-e-honrada.html

Escrito por Lucas Rebello