sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Nota de Esclarecimento - Estamos de volta

O blog era aberto para qualquer um escrever, independente de convicções, sem existir praticamente nenhum tipo de filtragem. Informamos que continuaremos recebendo artigos, mas a partir de hoje - novas postagens passarão por avaliações criteriosas. Decidimos optar por esse caminho porque as pessoas que assinavam suas postagens, sem ter medo de colocar os seus nomes, poderiam estar sendo prejudicadas por indivíduos que assinavam postagens com pseudônimos. 

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Porque decidi me filiar a um partido político

Olá a todos, meu nome é Petrus Evelyn Martins, tenho 27 anos, nascido em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, mas vivi a maior parte da minha vida no Piauí e sinto-me piauiense e ainda mais teresinense pois foi aqui que cultivei minhas raízes afetivas mais profundas. 

Sou formado em jornalismo, mas como a grande maioria dos brasileiros – e também das pessoas de sucesso – não atuo na área em que possuo formação acadêmica formal – e hoje busco maneiras de empreender e quebrar velhos paradigmas e regras mercadológicas oferecendo consultorias empresariais, atendimentos diferenciados relacionados com o que vejo de mais avançado no mundo inteiro em relação a modificação do comportamento, neurologia, mudança da mente etc. 

Acredito piamente que nenhum conhecimento deva estar preso a nenhuma universidade ou nenhuma academia e sim o conhecimento pertence a todos, por isso preferi me manter alheio a busca títulos e fui em busca de mais conhecimento útil para a sociedade como busco ser além de rótulos.

Sempre, no entanto, evitei questões políticas por aquele mesmo sentimento de “tudo vai ser sempre assim, nunca vai ser resolvido”. Eu mesmo tinha visões políticas que chegavam ao extremo de realmente ignorar ao máximo possível as aversividades que a política e os governos naturalmente trariam pra minha vida, pois aquelas eram condições que eu não tinha forças para combater sem me envolver de maneira suja.

E, de repente, eu vejo que existem soluções. As soluções são muito mais simples que chegam a ser óbvias. Eu procurava nos outros coisas que estavam mim. No indivíduo. Nas minhas liberdades pessoais. Eu queria que um título acadêmico me definisse, eu queria que o governo resolvesse meus problemas, que tudo me seria de certa forma assegurado por um "governo pai" autoritário que fazia pequenas concessões enquanto era severamente exigente.

Como cidadão, pessoa, indivíduo, cada um pertence apenas a si mesmo. Governo nenhum deve guiar seus caminhos, suas escolhas, o que você faz com você senão você mesmo. Eu, que antes odiava política por conta de politicagens e negociatas comecei a ver como única saída a mais óbvia desde o início: que todos sejam livres como desejam ser e que o governo garanta apenas o mais básico para todos e não que seja um empresário que comanda cada passo e decisão do cidadão.

Busquei então os velhos caminhos e tentei o mais do mesmo para coisas totalmente novas. Como o Partido Novo, que é uma ideia incrível e que eu, do Piauí, quero fazer parte, quero adicionar com o que for possível para tornar essa uma realidade para cada um dos milhões de indivíduos, únicos, singulares que podem ser chamados de piauienses.

Escrito por: Petrus Evelyn

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Proibição de financiamento empresarial: "é cilada, Bino!"



"Misdirection" é a técnica que ilusionistas utilizam para chamar a atenção do público a determinado ponto do espaço, enquanto realizam a mágica em outro. Por exemplo: quando alguém prende a sua atenção no tal "câncer abominável do financiamento empresarial de campanha", enquanto este mesmo alguém simultaneamente se lambuza no financiamento público e no caixa dois.. de campanha.

Mas por que o PT deseja tanto a proibição do financiamento privado/empresarial de campanha? O que eles ganham com isso? Unindo os argumentos de Reinaldo Azevedo (único jornalista do Brasil que desvendou o "enigma") a algumas observações particulares, explicamos:

1. Caso a proibição se efetive, o critério para distribuição do financiamento público será ou o número de votos pra câmara, ou número de deputados eleitos;em ambos, o PT sai ganhando;
2. Como o caixa 2 obviamente não vai parar e a proposta é irrealizável (tendo sido encarada com "chacota" por políticos profissionais), será menos arriscado para empresários apoiarem governistas do que opositores; o conchavo unilateral, portanto, entre setor público e privado, aumenta, e o PT, bem como o "crony capitalism", saem ganhando.
3. Jogar o financiamento na clandestinidade aprofunda a corrupção, força o rebaixamento moral que interessa a qualquer revolução gramsciana, e joga o estado em um sistema cada vez mais parecido com a máfia, onde o PT tem mais prática,e por isso sai ganhando.
4. O PT controla os sindicatos, diretórios, movimentos socialistóides de massa e demais organizações "mamíferas", que fazem campanha indireta e diária para o PT - que sai novamente ganhando.

No entanto, o uso de dinheiro público para financiar campanhas de políticos - estrovenga muito mais absurda -  ninguém questiona. Como diria Antônio Fagundes, "é cilada, Bino!".





Por: Prof.Matos

sábado, 12 de setembro de 2015

Um mundo de párias, apátridas e jihadistas infiltrados






O jornalista piauiense William Tito, no site “políticadinâmica.com”, escreveu um artigo longo de nome "Um mundo de Párias e Apátridas" a respeito da crise dos refugiados na Europa, que faz um retrato amplo da situação, porém romantizado e equivocado quanto à essência do problema. 



Em seu texto, ele imagina que se trata de um problema exclusivamente humanitário, em que indivíduos desesperados com a guerra,miséria e com os horrores dos radicais religiosos estariam numa jornada heroica em busca da felicidade.  E nisso, Tito não difere da maior parte da grande mídia sobre o assunto. Diz ele que, em nome de “ser feliz”, o refugiado “é capaz de vestir-se de coragem a ponto de enfrentar o mar em um barquinho.” 



Mais de 100 mil mortes, crianças náufragas e milhões de miseráveis em fuga acendem o sentimento de revolta e compaixão em qualquer pessoa minimamente civilizada. Mas, diante da emoção natural manifestada frente à desoladora tragédia, Wiliam Tito acaba distorcendo os fatos, talvez inconscientemente, ou para se manter adequado ao discurso politicamente correto do humanitarismo - que adverte contra o risco de "pensar fora da caixa".



Então vamos sair da embalagem. Infelizmente, no caso dos refugiados sírios, o bom-mocismo não lança luzes sobre os fatos. Tito generaliza as razões dos deslocamentos migratórios africanos e asiáticos, ao afirmar que os atuais refugiados sírios são “os que não se conformam com a miséria, perseguição política, fundamentalismo religioso (...)” e que por isso “lançam-se em condições extremas para realizar seus sonhos."Segundo ele, "sempre foi assim e assim será.” Na verdade, não é bem assim. Longe disso. Não se pode jogar num mesmo balaio centenas de fenômenos migratórios distintos, e o caso sírio-islâmico (assim como muitos outros) tem inúmeras peculiaridades, que fazem toda a diferença para se entender o que estaria afinal acontecendo.
Uma destas “peculiaridades” que o jornalista deixou de comentar é que, dentre os refugiados, não estão apenas os que “não se conformam com perseguição e jihad”, mas também os próprios perseguidores e jihadistasMais de 4.000 soldados do Estado Islâmico adentraram na Europa disfarçados de refugiados, segundo o jornal inglês Sunday Express. O jornal DailyMail já havia noticiado a ameaça que chegou às mãos do Ministro italiano Angelino Alfano, feita pela cúpula do terrorismo islâmico, de enviar mais de 500.000 exilados de seu próprio povo para a Europa, como arma de coação psicológica. Nas palavras do ministro, "Se as milícias do Califado avançam mais depressa que as decisões da comunidade internacional, arriscamo-nos a um êxodo sem precedentes". Isto é: existem pessoas sendo EXPULSAS de seus países árabes pelos terroristas, para forçar o constrangimento humanitário internacional. E há muitos lucrando com isto.


William Tito fala do tema como se todos os imigrantes fossem refugiados. Isto não é correto. Existem 3 tipos de imigrantes compondo as tramas desta tragédia: 1.os refugiados, que partem por medo da guerra; 2. os exilados, indivíduos expulsos ou banidos por algum motivo, os mais pérfidos possíveis; e 3. os infiltrados, estrategistas islâmicos que simulam exílio para fins de ocupação na Europa. Como de praxe na história dos conflitos no oriente médio, os jihadistas islâmicos usam da boa-fé de muitos ocidentais e do sofrimento do próprio povo para barganhar interesses, insuflando (não sozinhos) uma tragédia entre inocentes para darem vazão ao seu delírio do califado mundial. 



Mas por que o Estado Islâmico estaria usando deste instrumento migratório como arma política?



Em geopolítica, usar a imigração como estratégia de poder não é um dado novo. Na disputa entre Berlim oriental e ocidental, Nikita Khrushchev aplicou a tática incansavelmente. O ex-agente de Moscou, Ion Mihai Pacepa, um dos maiores especialistas em serviços de inteligência do mundo, explica:



“Após a morte de Stálin, sua teoria “imutável” para a revolução mundial proletária foi substituída pela “estrada parlamentarista para o poder” de Khrushchev. Insurgências comunistas caíram em desuso. Imigração em massa – de propagandistas do bloco soviético – entrou em voga. E funcionou. Em meados de 1950, em torno de 30 milhões de pessoas na Europa Ocidental estavam votando na opção do Partido Comunista. O comunismo não foi imposto a eles pela força, como havia sido feito na Europa Oriental, porém esta não é toda a história. Nossa conspiração envolvendo a imigração em massa, apoiada por numerosas organizações de imigrantes que nós financiávamos no Ocidente, foi tão bem sucedida que nós começamos até mesmo a vender para países capitalistas alguns dos nossos próprios cidadãos em troca de moeda forte.”

Essa “negociação” de cidadãos está registrada no famoso documentário do History Channel, “Construção e Queda do Muro de Berlim”. Prossegue explicando Pacepa:



“Moscou acreditava que um afluxo massivo de imigrantes oriundos do bloco soviético iria não apenas espalhar os milagres do socialismo para a Alemanha Ocidental, mas que também afogaria a burocracia governamental, encurralaria o tesouro nacional, provocando o caos econômico e influenciaria os alemães ocidentais a votar pela opção socialista. (...) não conseguiu transformar a Alemanha Ocidental num país socialista, mas não foi por falta de tentativas. Durante o restante do meu tempo na Romênia, a Alemanha Ocidental foi inundada com imigrantes oriundos do bloco soviético. (...)



Depois de desertar, expus num memorando para o presidente Carter a respeito da ofensiva antiamericana por meio da imigração em massa – ele escreveu no memorando “tudo isso é novo para mim” – e no meu livro “Red Horizons” que o lema era Gutta cavat lapidem, non vi sed saepe cadendo (Uma gota d'água faz um furo na rocha não pela força, mas pelo gotejar contínuo). (...) a imigração em massa deveria fazer a Europa Ocidental e Israel passar para o nosso lado: gota, após gota, após gota. Necessitaria de algum tempo, porém, quando você não pode utilizar uma furadeira, aquela é a melhor maneira de fazer um buraco.



No caso do islam radical, uma vez feita a ocupação, inicia-se o processo de isolamento em guetos, para finalmente eclodir em secessão, e construção de um estado independente islâmico no seio da Europa. Os guetos islâmicos já são uma realidade na França, e transitar por lá foi considerado tão perigoso para os ocidentais que o estado francês denominou estas áreas de “no-go zones” (“zonas perigosas”, ou “zonas para não ir” - vídeo no link). Desde 2010, cerca de 13 milhões de muçulmanos migraram para 27 países da União Europeia. A percentagem de imigrantes muçulmanos entre os estrangeiros chega a 39%. William Tito forneceu alguns números desta que é a maior crise de refugiados da modernidade. Vamos agora avaliar os números sobre o quão a estratégia migratória está sendo eficiente para a ocupação islâmica:

“A parcela de muçulmanos da população da Europa tem crescido em cerca de 1 ponto percentual por década nos últimos 25 anos, passando de 4% em 1990 para 6% em 2010. O número de muçulmanos na Europa cresceu de 29,6 milhões em 1990 para 44,1 milhões em 2010A população muçulmana da Europa deverá ser superior a 58 milhões em 2030. Enquanto os muçulmanos representam hoje cerca de 6% da população total da Europa, em 2030, espera-se que os muçulmanos cheguem a 8% da população da Europa, ou o dobro do que era em 1990Percentualmente, o país mais muçulmano da União Europeia é Chipre, com mais de um quarto da população total (25,3%), seguido pela Bulgária com 13,7% da população. O país com a maior projeção de crescimento de sua população muçulmana é o Reino Unido, que deverá ter uma população muçulmana de 5,5 milhões em 2030. Os dados de 2010 revelam que a idade média dos muçulmanos na Europa era de 32 anos de idade, enquanto a idade média dos europeus, em geral, era de 40 anos de idade, uma lacuna de oito anos. A idade média dos cristãos na Europa era dez anos mais elevada do que a dos muçulmanos, ou seja, 42 anos de idadeO estudo do Instituto de Pesquisas Pew analisou as tendências atuais nos 25 países europeus para os quais há dados disponíveis e descobriu que a mulher muçulmana de hoje tem uma média de 2,2 filhos, em comparação com uma média estimada de 1,5 filhos da mulher não-muçulmana, na Europa.”





John Locke, o pai do liberalismo, já recomendava a separação entre estado e religião para que a democracia e a própria liberdade religiosa fossem possíveis. A Shariah é o exato oposto disso: criminaliza qualquer estado não-islâmico.É muito estranho também que William Tito, em momento algum, use a palavra “islamismo” ou “islamismo radical” no seu texto, como se quisesse subtrair um fato essencial: o de que a versão moderna do islamismo radical foi teorizada pelo ideólogo da “Irmandade Muçulmana”, Sayyid Qtub. Qtub aliou o islam mais dogmático às estratégias do marxismo-leninista para, segundo suas próprias palavras, “mudar a sociedade da base ao topo, impondo valores islâmicos em todos os aspectos da vida, através da aplicação rigorosa da ‘Shariah’ – menos que isto não era islão”. Qtub não se preocupava com os "apátridas", porque não acreditava em pátria. Para ele, a única pátria possível seria o mundo completamente islamizado, e subjugado às leis corânicas. A obra extremamente radical de Qtub, “Maalim fi al-Tariq” (“Milestones”), é, depois do Corão, o maior fenômeno editorial da história do mundo islâmico. 


Ora, como uma obra tão vastamente consumida poderia não deixar marcas profundas numa cultura? É impossível analisar a questão da migração sírio-islâmica com seriedade sem levar em conta a fundação das bases teóricas do islam radical, e sem observar que deslocamentos de massas são fenômenos geopolíticos, que envolvem os bastidores daqueles que detém o poder. Decerto que muitos islâmicos convivem pacificamente e respeitam as leis do Estado, mas este vídeo dá uma ideia de como está o clima entre ocidentais e islâmicos na Europa:






Parece filme de ficção. E ainda na trilha do bom-mocismo, Tito afirma que “o choque cultural e a adaptação às leis vigentes de outras nações [europeias] podem fomentar crimes e alterar o cotidiano das pessoas.” É de se estranhar, já que muitos islâmicos praticam a Sharia pregada por Qtub, isto é, seguem as leis do Corão acima da legislação laica da pátria que os abriga. As palavras de Tito parecem sugerir que, se um refugiado comete um crime na Europa, a principal razão seria o “choque cultural”, que serviria como uma espécie de atenuante da responsabilidade pessoal. Nas palavras dele, “independente da boa-vontade de adaptação” do islâmico, eles poderiam ser “induzidos” ao crime devido ao “estranhamento cultural”. Sabe como é. A culpa é sempre dos ocidentais. Infelizmente, vimos esta “boa vontade” de muitos no vídeo acima. 


O jornalista, não satisfeito, dispara ainda que “os europeus sempre criaram grandes resistências em se misturarem etnicamente e culturalmente”. Ou seja: para William Tito, a culpa do choque cultural com os refugiados majoritariamente islâmicos passa a ser do...... Europeu! Uma verdadeira façanha de inversão da realidade.



O jornalista piauiense conclui que seria “sandice pensar que o mundo vai mudar suas razões que estabelecem as linhas de fronteira e suas políticas de imigração”. Mas, ao contrário, a falta de compaixão não é o motivo pelo qual a Europa restringe a abertura de suas fronteiras aos imigrantes árabes. Trata-se de uma questão de evidente prevenção contra episódios como o “Charlie Hebdo”; trata-se de uma Europa receosa depois dos atentados, e que se vê constrangida a tolerar entre si alguns intolerantes radicais. A favor da migração, sempre, mas a que custo? Como lembra Christopher Caldwell, em "Reflexões sobre a Revolução na Europa" (2009), “quando uma cultura insegura, maleável e relativista encontra uma cultura que é ancorada, confiante e fortalecida por doutrinas comuns, é geralmente a primeira que se adapta a última”. Os Europeus confiavam tanto que podiam ocidentalizar os islâmicos, mas viram que a receita da Turquia não iria se repetir sempre - e nem podia, pois são outras as circunstâncias.



A Europa que aprendeu a cultuar o multiculturalismo é hoje uma presa do fundamentalismo islâmico, afinal, são os tolerantes que tendem a ceder progressivamente de seus próprios traços culturais, em nome da “boa convivência” e dos bons costumes com a alteridade; enquanto isso, a forte aversão dos muçulmanos em assimilar a cultura de suas novas pátrias segue vencendo. Imigrantes muçulmanos (e neste caso, não só os radicais) não tentam apenas conviver com a cultura europeia, mas suplantá-la se possível. A tragédia dos refugiados e a ocupação islâmica proposital da Europa são dois fenômenos diferentes, que acontecem de modo simultâneo num mesmo evento - e não será possível perceber essa ambiguidade se focado somente no verniz da mídia brasileira. Os olhos do politicamente correto só enxergam aquilo que o paladar da opinião pública degusta: atraentes meias-verdades.



Por: Prof. Matos

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Manifestações: como o patriotismo trará mais liberdade

Libertários com senso prático aderindo às manifestações


No grupo Herois do Jenipapo-Piauí, alguns poucos membros parecem criticar a utilidade das manifestações para a causa libertária, já que as manifestações exaltariam a pátria e o nacionalismo, suposto entrave na luta contra o intervencionismo estatal.


Na interpretação destes libertários radicais, a ideia de "pátria" tupiniquim está associada a um tipo de visão política estatista (lem
bram do lema bizarro "O Petróleo é Nosso"?), que sonha com um grande ceasar brasileiro, guiando a nação para a ordem e o progresso, com "serviços públicos" de qualidade. Não deixam os críticos de ter alguma razão quanto a isso. Mas há um problema crucial: gostem ou não, a sensibilidade patriótica é um escudo cultural anti-comunista muito eficiente.

tinha este pensamento quando me apercebi que Trotsky, o totalitário desvalido da Revolução Russa, já havia chegado à mesma conclusão mais de meio século atrás no livro 'Introdução ao Manifesto Comunista': "é bastante evidente que (...) a questão do nacionalismo se tenha convertido no mais daninho dos freios históricos nos países capitalistas adiantados". Traduzindo: o nacionalismo era um freio à "revolução socialista", que em seu delírio megalômano, Trotsky considerava ser o "avanço histórico" inevitável.

Nos EUA, 
também em resposta aos ataques terroristas, o nacionalismo excessivo gerou algumas vertentes exageradas, como se pode ver no movimento "Neocon" (que nada tem a ver com o conservadorismo clássico). Estes movimentos geralmente apoiam indiscriminadamente qualquer ação bélica em nome da "nação americana".  Ron Paul diz: "Patriotismo, para mim, é sempre apoiar a causa da liberdade". Nem ar, nem terra. Optamos por um meio termo. Liberdade demais corrói a ordem social, e ordem demais descamba para o autoritarismo - isto independe de ausência ou presença de Estado.

O que não se pode fazer é deduzir de falsas premissas que o "patriotismo" carregaria consigo, necessariamente, o germe do estatismo. Um Estado intervencionista per si abusa da liberdade, e o senso patriótico não tem relação de causa e efeito nenhuma com o problema. Existem muitas provas disso. Suíça é um dos estados menos intervencionistas do planeta, e lá, o patriotismo só cresce. A Austrália, que ocupa a 4° posição no índice de liberdade econômica, é notoriamente um dos países mais patriotas do mundo. Do lado oposto,
 o senso patriótico é combatido por estatólatras petistas, que provaram ter conduzido um dos governos mais intervencionistas da história brasileira. Que relação pode haver então, entre o patriotismo e o tamanho do Estado, a não ser meras analogias simbólicas que variam de circunstância em circunstância? O patriotismo é simplesmente o senso de orgulho pela própria cultura. Obviamente, muitos governos estatólatras USAM de um nacionalismo induzido para fazer a população confundir (e fundir) "patriotismo" e "estado", blindando, desta forma, os detentores do poder. Isto foi feito na Rússia stalinista, por exemplo, e em grau nunca antes visto, na China maoísta. Ron Paul não nega o patriotismo; apenas defende um tipo que priorize as liberdades: "devemos designar líderes com suficiente autoconfiança e força de caráter, capazes de desafiar as convicções convencionais e o falso patriotismo." 

Talvez o libertário Ron Paul saiba que o sentimento de "nação" é importante para resguardar valores como a soberania. O que ele e muitos outros libertários parecem não compreender é que o patriotismo, enquanto orgulho da própria cultura, ainda é elemento importante para exercer o bloqueio ideológico ao internacionalismo socialista, sobretudo no Brasil, onde o Foro de São Paulo vende o sonho (ou pesadelo) da "Pátria Grande Socialista" sul-americana - o que,no frigir dos ovos, significa "governo ainda mais centralizador". Além disso, o pedido justo de impeachment reforça uma posição de supremacia clara do poder civil sobre o poder estatal, e ajuda a combater o mal maior do planejamento central absoluto. 


Trata-se de definir prioridades. No atual contexto, despir-se de purismo ideológico, 
vestir o verde-e-amarelo e engrossar o coro das ruas contribui, e muito, com o ideal de liberdade. Por outro lado, recusar-se a fazê-lo contribui com o estado máximo socialista. Lamentavelmente, a brilhante ética de Rothbard não seria a disciplina mais habilitada a recomendar manuais de ativismo político. 


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Para compreender ações políticas efetivas, basta clicar neste link da aula de Silvio Medeiros sobre o estrategista Saul Alinsky.

Por: Manoela Baldesco

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Uma breve análise sobre o futebol brasileiro (28/05/2015)


Amanhecemos ontem com a notícia da prisão de sete executivos da FIFA sob suspeita de corrupção, a prisão foi realizada pela polícia suíça, a pedido da Justiça americana. José Maria Marin, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), vice-presidente da entidade (afastado da função há poucas horas), está entre os dirigentes presos. Parece mentira, mas antes da prisão já estava formulando um post na minha cabeça sobre o fracasso retumbante que é hoje o futebol brasileiro. Há muito tempo deixei de acompanhar seriamente o nosso futebol. Mudando rapidamente o foco, inclusive deixei de assistir um canal esportivo chapa-branca que posa de independente, mas alguns de seus jornalistas resolveram atuar de todas as formas possíveis na última eleição presidencial brasileira. Pensava que somente este que vos escreve havia feito isso, mas conversei com alguns amigos e cheguei à conclusão que várias pessoas haviam feito o mesmo.
Voltando ao foco desejado, gostaria de deixar bem claro que mesmo com toda a pífia organização dos Campeonatos Brasileiros pela CBF, ainda prefiro ter um campeonato organizado pela CBF a ter um campeonato organizado por uma empresa estatal, independente da indicação política que estiver no comando dessa estatal. Um campeonato organizado por uma empresa pública seria um xeque-mate no futebol brasileiro.
Acredito que a melhor opção experimentada até o momento foi a Copa União (módulo verde no regulamento da CBF), competição organizada pelo Clube dos 13 em 1987, grupo de 13 clubes de grande torcida. O Clube dos 13 decidiu iniciar essa nova competição independente, contando com patrocínios privados, já que a CBF não estava mais contando com os recursos provenientes da Loteria Esportiva. A Copa contou com públicos elevados nos estádios. O campeão da Copa União não foi reconhecido pela CBF como campeão nacional. A CBF em 1987 entendeu que o campeão do Campeonato Brasileiro de 1987 seria o vencedor da disputa entre o campeão da Copa União (Flamengo), módulo verde para CBF, e o campeão do módulo amarelo (Sport). Como o Flamengo se recusou a seguir o regulamento da CBF, o Sport Recife foi declarado campeão brasileiro de 1987 pela CBF no mesmo ano. Sport e Guarani, campeão e vice do módulo amarelo, foram inscritos na Taça Libertadores, já que o Internacional (vice do módulo verde) também se recusou a jogar o quadrangular final que definiria os classificados para a Taça Libertadores da América. Apesar de ser flamenguista, não vou entrar no mérito de quem estava certo ou errado. A média de público da Copa União (1987) foi de 20.877 torcedores por jogo. Enquanto a média do Campeonato Brasileiro de 2014 foi de 16.555 torcedores por jogo. Ou seja, o nosso futebol retrocedeu de forma drástica.  
Um campeonato livre da CBF seria uma boa opção para o futebol brasileiro, mas certos cartolas preferem se render à entidade em troca de migalhas, o que acaba enfraquecendo o poder dos clubes brasileiros. Os clubes brasileiros devem se impor, ter voz e vez, pensar alto. O campeonato necessita ser forte, com clubes fortes, em que as ligas sejam regidas por um dirigente de clube, como é na Bundesliga (Campeonato Alemão). Não existe campeonato sem os times. Já fomos o país do futebol, hoje estamos muito longe desse posto.
Saindo do tema CBF, é ridículo termos um Estatuto do Torcedor que proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol. Sim, muitos indivíduos ainda acreditam na tese de que uma simples cerveja pode ser a responsável por certas confusões em estádios, o que é patético. O Estatuto tem validade nacional. Posso utilizar a Bundesliga como exemplo novamente, torcedores alemães bebem à beça em seus estádios, mas mesmo assim não constatamos brigas no Campeonato Alemão. Felizmente, muitas pessoas já se posicionam contra tal restrição.
O futebol brasileiro precisa urgentemente de mais capitalismo. Precisa de ligas geridas por clubes e não por uma confederação representada por figuras que não possuem a mínima identificação com o nosso futebol.
Hoje, merecidamente, poucas pessoas falam do futebol brasileiro em uma mesa de bar. Ainda há tempo de resgatá-lo.  
http://trivela.uol.com.br/lei-fragil-copa-e-novas-arenas-comecam-a-devolver-a-cerveja-aos-estadios-brasileiros/

O perigo da vala comum (21/05/2015)

A estratégia da vala comum é a melhor forma de beneficiar corruptos, ditadores, empresários que contam com certas benesses (amigos do rei) e tutti quanti. Estou falando da velha tática de tentar jogar todas as pessoas no mesmo saco podre. Dizer que todo mundo é igual – é favorecer os cretinos, funciona como uma porta de entrada para tudo que existe de ruim no mundo. Destruir a capacidade de discernimento de uma pessoa, fazer com que ela ignore o senso das proporções, é o que há de mais perverso. Separar o joio do trigo é essencial.

            Nos últimos anos no Brasil está sendo incorporado um pensamento tacanho na mente das pessoas que mais carecem de informação e conhecimento. Quando viajo a localidades paupérrimas costumo ouvir da boca das pessoas que no Brasil todo político é igual, o problema é que antes não se investigava, portanto, não se sabia de nada referente à corrupção. Também ouço a mesma queixa em locais mais desenvolvidos, mas com menor frequência. Essas pessoas não passaram a incorporar esse tipo de mentalidade do nada, há toda uma campanha de desinformação em curso. 


            No vídeo abaixo, publicado hoje (21/05) na página pessoal do ex-presidente Lula, podemos perceber a utilização da mesma artimanha pelo próprio. É triste constatar que o debate político brasileiro tenha chegado a tal nível.

                                          

Relembrando fatos da eleição presidencial de 2014 (10/05/2015)

Lembro perfeitamente de vários dos muitos episódios que marcaram a eleição presidencial de 2014. Em pleno segundo turno, num debate promovido pela Rede Bandeirantes, o então candidato Aécio Neves foi indagado pela candidata-presidente Dilma Rousseff sobre a construção do Aeroporto no município de Cláudio. Aécio disse que Dilma estava sendo leviana. A resposta do candidato acabou gerando uma série de protestos nas redes sociais. Adeptos da candidata petista chamaram o tucano de misógino, de machista, foi um mimimi sem tamanho.
                         
Outro episódio que marcou as eleições do mesmo ano foi quando a candidata Dilma afirmou em seu programa eleitoral que não mexeria com os direitos trabalhistas nem que a vaca tossisse. Passada as eleições, Dilma resolveu mexer nos "direitos" trabalhistas por meio de duas medidas provisórias, as MPs 664 e 665. Os trabalhadores comprovaram na pele que chamá-la de leviana era pegar muito leve. No entanto, não ouvimos nem um pio das pessoas que ficaram extremamente sensibilizadas com o fato de Dilma ter sido chamada de leviana nas eleições.


O mais interessante é que os mesmos grupelhos que ficaram tristes com o LEVIANA se autoproclamam como defensores da igualdade de gênero. Porém, acham que uma mulher não pode ser chamada de leviana, mas um homem sim. Que igualdade de gênero é essa? Risos.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Saul Alinsky e o Império do Radicalismo Político

Palestra de Sílvio Medeiros, um dos maiores publicitários do Brasil, vencedor de 4 prêmios de Cannes, considerado o maior prêmio da publicidade do mundo. Ele analisa como o líder de esquerda Saul Alinsky foi o responsável por transformar a propaganda política em um jogo de poder psicopático e absolutamente sem escrúpulos.  


quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Cortina de Fumaça e a Hipnose Coletiva

As polêmicas "gays x cristãos", "legalização de drogas", "mais médicos" e outras NOVELAS NACIONAIS são a perfeita cortina de fumaça, para literalmente hipnotizar a população e travar o foco de atenção do cidadão, e com isso, DESVIAR da PAUTA debates CRUCIAIS, como os problemas derivados do tamanho colossal do Estado, as reformas estruturais e a falência da educação nacional.


Outra função destas propostas de lei esfumaçadas e esquizofrênicas serem tratadas como "prioridade mortal" é a de dividir para conquistar, em que estatistas transformam eleitores numa torcida de fanáticos classista doutrinada, incapazes de alçarem a visão panorâmica. Estes estudos de engenharia social existem desde a década de 20, pelo menos, e remontam ao Institut für Sozialforschung, e a outros especialistas em psicologia das massas. Estamos em meio a implementação frenética deste processo no Brasil, que é teleguiado por instituições políticas estrangeiras, das quais o PT é mero subalterno.

Por: Manoela Baldesco

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Menos Concurso, Mais Empreendedorismo

Existem diversos amigos que sei que são grandes empreendedores, que fazem, que realizam, que podem mudar o mundo.
Eu sempre sonhei em ser advogado, não juiz, não promotor, não qualquer outra coisa, ADVOGADO, desde os 8-10 anos, eu queria ter o escritório de advocacia que levaria o meu nome. Isso se confirmou ainda mais quando vi o filme Tempo de Matar em 1996 e vi Robert Durval em A Qualquer Preço (filme que sempre recomendo aos meus alunos) em 1998, já o tinha visto em Poderoso Chefão e ficado encantado com o consigliere, a atuação de um grande advogado, sócio de uma grande firma ensinando o que não se deve fazer.
         Como eu disse eu não queria só ser advogado, queria a minha firma, queria o meu escritório, queria EMPREENDER, para isso estagiei em grandes firmas, aprendi com quem trabalhava nos bastidores do escritório, contas a pagar, contas a receber, formas de contrato e de contratação.
Aprendi o quão importante são os grandes setores de um escritório de advocacia ou de todo prestador de serviço: setor jurídico (se vc é de outro setor de serviço, é só mudar a área), administrativo, comercial e financeiro.
Enquanto estagiava, depois contratado, depois advogado, ouvi da minha mãe uma dezena de vezes que eu devia fazer concurso e eu tentava falar: - meu sonho é empreender, meu sonho é ser advogado e ajudar um empreendedor a realizar seu sonho.
Depois de uns 10 anos, de ter me realizado na profissão, ela se convenceu que valia a pena ser advogado, foi divertido quando isso aconteceu, mas isso é outra história.
Meu escritório, MARINHO E ASSOCIADOS - ADVOCACIA EMPRESARIAL, faz 7 anos nesse mês de agosto e tenho muito orgulho de ter empreendido nessa bela área e, ainda mais, de quem trabalha ou trabalhou comigo nesses anos todos.
Menos concurso, MAIS EMPREENDEDORISMO!


Rodrigo Saraiva Marinho autorizou o blog a postar o conteúdo de sua autoria. Rodrigo é advogado, professor de direito, mestre em direito constitucional pela UNIFOR, membro do Conselho Editorial da Revista Mises, presidente do Instituto Liberal do Nordeste, membro do Conselho de Administração do Instituto Mises Brasil e Diretor de Operações da Rede Liberdade.

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A Liberdade é Você



Certo dia conversava com um jovem piauiense de pouca fé. Ele usava alguns argumentos econômicos para tentar me convencer de que, por mais que você se esforçasse, nada garantia um bom resultado na vida. De fato: não há certezas na vida.



O problema é que ele se apegava tanto a essa estrutura de pensamento que transformava o ceticismo em resmungo e teimosia. Dizia ele: “perdi a fé no homem”. Ele era leitor de Richard Dawkins, o biólogo profissional e teólogo de botequim, por isso me pareceu compreensível esse comportamento.

Então lembrei de minha fé prática. De como essa coisa louca de “acreditar” funciona. E tentava conciliar o argumento da descrença no homem e em suas utopias e promessas de futuros gloriosos usando a máquina pública, com o entusiasmo inabalável de minhas ações intransigentemente eficazes da vida privada. Eu também era cético sobre a humanidade – as profecias sobre uma bancarrota da humanidade estão presentes em dezenas de religiões e previsões científicas. Mas era como se isso não me dissesse respeito. Como se um revólver apontado sobre minha cabeça ou a certeza do fim do mundo não fizessem a menor diferença. Ser livre, aqui e agora, e apesar do governo. Como dizia um outro amigo libertário, “ter vergonha na cara”. Isso é o bastante.

A plena consciência de minha existência, do que sou, do que tenho capacidade ou não de fazer, de para onde vou e do que irei realizar consome o tempo que teria para pensar na possibilidade real de nada dar certo. E daí? Eu sabia, depois de 30 anos de existência, que a tenacidade irrecuável funciona. Mas bastaria ler algumas biografias de gigantes da história para perceber isto: que a fé prática inutiliza a probabilidade do desastre. E daí? No fim, é só você, e sua certeza misteriosa na vitória, que nem uma lipoaspiração pode arrancar. Chega um momento em sua vida que você sabe exatamente o que está fazendo, com tanta clareza que você começa a entender o que é a liberdade. Não existe liberdade onde não há obstinação pela vitória. Ainda que sua obstinação seja por ficar no boliche do shopping riverside tomando cerveja com os amigos. O que, afinal, representa o seu desejo de vitória? Qual é sua meta para viver uma vida autenticamente livre? Coloque estas drogas no papel, and do it.

Esperar pelo fim ou diminuição do estado para viver em “estado” de liberdade não seria muito recomendável. Você precisa ser livre AGORA. Com as armas que tem. Ou com armas apontadas para a cabeça. Porque se o Estado implodisse amanhã, sua liberdade não estaria garantida. Dependência é escravidão. Preguiça é escravidão. Indecisão é escravidão. Covardia é escravidão. Baixa-estima é escravidão. Prepotência é escravidão. Cuidar da vida dos outros é escravidão. Foda-se o contexto: a liberdade é você. Liberdade não é um índice econômico nem um diagrama. Liberdade é você parar de se sentir “deslocado” porque pensa diferente. Como dizia um amigo conservador: “a gente nasceu pelado, careca e sem dente: o que vier é lucro!” Foi a melhor definição de liberdade que já ouvi na vida.

Você olha em volta e vê um mundo deformado, parasitado pelo estado e seus lacaios, com privações de liberdade por todos os lados. Mas nenhum crime é maior do que tirar a liberdade de consciência das pessoas. É isto o que vejo no Piauí. Corações e mentes de jovens libertários sem saber muito bem o que fazer ou como agir. Não sabem se fazem alguma coisa pela causa, ou se cuidam de sua vida pessoal e profissional. As duas causas são nobres, decida-se. Ou faça as duas. Faça pouco, ou faça muito. Não faça! Mas seja.

O terrível, o trágico e o estarrecedor de tudo  é quando se escolhe não fazer nada não pelo livre-arbítrio de nada fazer, mas apenas por achar que não fará diferença. Até o petista consegue ser mais nobre do que isso.

O bom do movimento libertário é que ninguém é obrigado a nada. Mas ele parte de uma intransigência moral tão forte que ou você aprende a ficar rico ou vai querer compartilhar a ideia profunda de liberdade com alguém, porque com 5 páginas de leitura de liberalismo, já dá pra perceber que vida, liberdade e propriedade são coisas que ou você tem, ou você quebra bem no meio. A boa notícia? Você já tem as três coisas, aqui e agora. Tem um coração batendo. Tem duas pernas e dois braços. Ou talvez não tenha um pedaço deles. E daí? O índice de liberdade de consciência não se mede em gráficos. Você não vai aprender isso lendo Mises. 

“O Estado tira minha liberdade!” Bullshit. Isso é covardia esquerdista. Conte isso para os outros, não para você mesmo. "Opressão" não está no dicionário libertário. O Estado não oprime você. A luta por mais liberdade é meramente uma questão de honra, de legítima-defesa e de poder da mente. E você pode, usando unicamente a energia empreendedora limitada por um estado escravizador, tornar-se o homem mais livre do mundo.

Sigo fazendo a minha parte, e a farei até o dia de minha aposentadoria, quando o Estado, depois de me roubar insanamente a vida inteira, conceder-me-á suas migalhas - as quais só irei receber se, como disse meu amigo sem fé, "as coisas de repente derem errado".

Nao há mais nada o que dizer. A liberdade é você.

Por: Manoela Baldesco

O tempo destrói tudo, até o sonho socialista



"Um homem que não seja um socialista aos 20 anos não tem coração. Um homem que ainda seja um socialista aos 40 não tem cabeça." 


Georges Benjamin Clemenceau (1841-1929) 




 Quem não lembra daquela clássica foto em que o então presidente Venezuelano, Hugo Chavez, deu de presente o livro “As Veias Abertas da América Latina” para o presidente dos EUA, Barack Obama? O livro do escritor uruguaio Eduardo Galeano(1940-2015) é indicado aos quatro ventos pela esquerda latino-americana aos jovens, por gerações e mais gerações. Mas o que existe de errado com o livro? 



Eduardo Galeano afirmou no aniversário em homenagem de 43 anos do lançamento do livro que não concordava com o direcionamento do próprio livro, e em declaração afirmou: “Veias Abertas pretendia ser um livro de economia política, mas eu não tinha o treinamento e o preparo necessário". Ele acrescentou: "eu não seria capaz de reler esse livro; cairia dormindo. Para mim, essa prosa da esquerda tradicional é extremamente árida, e meu físico já não a tolera."



Tal afirmação e posicionamento é um enorme choque aos militantes de esquerda, atuais e antigos. Imaginem a gama de profissionais do ensino que o elevaram a nível de “obra-prima” por anos e anos? A afirmação de Galeano causou decepção em nomes como Isabelle Allender, que escreveu texto introdutório numa das edições recentes do livro. Todo o frenesi sobre a causa da “pátria grande” latino-americana, por algum milagre indecoroso, nunca conseguiu ser o grande baluarte da educação, economia e prosperidade, como chegou a imaginar Galeano. 



Hoje a esquerda especializou-se em culpar causas externas, como colonialismo, e o “imperialismo” de todas as grandes potências. Terá ele notado a tempo? É bem verdade que Galeno escreveu o livro em um período de pós-juventude, onde os sonhos são mais importantes do que a racionalidade na busca das reais causas dos nossos fracassos continentais. Não é de hoje que tentam os revolucionários construir esse sonho que nunca se consolidou, devido, segundo a esquerda, às “forças estrangeiras”. 



Segundo a teoria do historiador romântico e nacionalista paraguaio Juan Emiliano O'Leary (1879-1969), acredita-se, por exemplo, que a “Última Guerra do Prata” foi causada por influência da Inglaterra! Para a enigmática teoria conspiratória, Brasil, Uruguai e Argentina guerrearam contra o tirano paraguaio Solano Lopez. “É culpa do imperialismo”, dizem. 



Galeano conviveu bastante com o peruano Mário Vargas Llosa(1936), renomado escritor de clássicos da literatura latina, como “Guerra do Fim do Mundo”(1981). Ele comenta a Guerra de Canudos, e dedica a obra a Euclides Cunha(1866-1909). Vargas Llosa também era um ex-simpatizante da esquerda latina, e chegou a flertar com o governo de Fidel Castro. Porém, após o apoio de Fidel à invasão da U.R.S.S na Tchecoslovaquia (“Primavera de Praga”-1968), Vargas Llosa passou a afastar-se dos movimentos de esquerda, e atualmente declara-se ativista da Liberdade na América Latina. A história do conhecimento sempre apresenta vários pensadores, que em determinado momento de suas vidas, tornaram-se mais ou menos conservadores ou liberais. Alguns, mesmo diante das atrocidades de seus antigos ideais, não tiveram hombridade o suficiente, como o caso de György Lukács(1885-1971) e outros imponentes intelectuais da esquerda. Não obstante, viram o seu mundo ao chão com o lançamento do livro “Arquipélago Gulag”(1973), escrito por Alexander Soljenítsin(1918-2008), prisioneiro em campos de trabalho forçados na U.R.S.S, e o primeiro a fazer denuncias sobre as condições aterrorizadoras dos Gulags socialistas. Seguindo as denúncias, escreveu também “Um dia na vida de Ivan Denisovich” (1962). 



É necessário lembra do escritor polonês Leszek Kolalowski(1927-2009). Ávido marxista em boa parte da sua vida, escreveu posteriormente uma extensa obra de 1.200 páginas na qual critica o marxismo em três volumes intitulados “As Principais Correntes do Marxismo”(1976). Ele leu em Jonh Locke(1632-1704) as bases do liberalismo moderno, e não poupou críticas a "Crítica da razão dialética"(1960), de Jean-Paul Sartre(1906-1980) e ao marxismo campesino do maoismo na China, bem como ao Comunismo que devastou os países do leste da Europa. 



E os nossos escritores brasileiros? Poderíamos começar não somente com Graciliano Ramos (1892-1953), que chegou a filiar-se ao Partido Comunista, e logo depois se afastou. Jorge Amado(1912-2001), um dos maiores best-sellers da literatura brasileira, ao assistir o fim da U.R.S.S pela televisão, viu a realidade do fim do socialismo real, e um mundo de crenças desmoronou junto ao muro de Berlin, ao descobrir que Stalin não era o pai dos pobres como imaginava. Para o nosso ex-deputado do Partido Comunista, o mundo cruel e as verdades expostas pelo governo de Mikhail Gorbachev (1931) foram cruciais à derrocada do sonho.



E quanto ao poeta Ferreira Gullar (1930)? Em um passado não tão distante, cantou alegorias à revolução e comentou “a beleza da moça é tão bela quanto a revolução cubana”; hoje considera o socialismo uma utopia e o capitalismo uma força invencível. Nas palavras do poeta Ferreira Gullar, sobre a insistência em ser socialista no mundo moderno, diz: - “Quando ser de esquerda dava cadeia, ninguém era. Agora que dá prêmio, todo mundo é”. Nada melhor do que o tempo. O grande problema de lutar por utopia e contra o capitalismo é tentar construir um sistema baseado em sonhos cuja aplicação só gera miséria e tragédias, enquanto a tal “força do capitalismo” é apenas um sistema econômico natural, não um sonho. 



A realidade é sempre mais prática do que qualquer romance. As “veias” da América Latina precisam de oxigênio, de mais liberdade. Você não precisa chegar aos 70 anos para enfim perceber o inevitável. 




Por: Pedrus S. Paz