sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A Direita imaginária da Esquerda brasileira.

      Esquizofrenia coletiva projetada em nossos meios de comunicação, há toda uma paranoia e conspiração na criação de uma extrema direita e uma esquerda que sempre se torna Direita a partir do momento em que não consegue executar a cartilha do proletariado.

       Existe Extrema Direita Brasileira ou Esquerda Moderada? 

        – Óbvio que Não. 

   Na verdade, por trás dessas idéias existem erros dantescos. Empreenderíamos uma epopéia, sem direito a grande poesia na construção das estrofes, ao descrever o pensamento mediano do intelectual político brasileiro. É uma classe média que sente ódio de si mesma e pensa em extrapolar isso com extremismos, nulidade de leituras e ausência de análise do próprio discurso.

     Nesse caminho, os libertários terão de sentir-se Dante caminhando com Virgílio nesse inferno de ignorância. Temos nove ciclos infernais com os mais variados níveis, com almas enfermas que tentam vilipendiar e adoecer quem não concordar com as utopias igualitárias e com essa luta de classes nas quais as virtudes ausentam-se das qualidades. Vemos toda uma classe que marchará com os demais sonhadores ao Paraíso inexistente queimando sutiãs e proliferando palavras de desordem contra toda e qualquer forma de Capital e tentativa de ajuste anti-estatal e regulamentação da iniciativa privada.

   Confundem-se todos nesse grande Purgatório chamado Economia Brasileira. Os sorteados ao verdadeiro paraíso, em sua maioria, são empresas amigas do Estado e o Grande Irmão conhecido como Governo Federal, o mesmo que através de regulação garante a eterna ascensão de um amontoado de empresas ligadas ao meio político. O que vale é o interesse em comum e toda essa distinção entre Direita e Esquerda desaparece em papeladas de acordos garantindo o monopólio dos amigos do Estado. A Direita e a Esquerda, nessa eterna dialética, só existe na nossa multidão de mentecaptos do pensamento dos grandes centros acadêmicos que não produzem pensamentos.

           

     No Brasil, a suposta "Extrema-Direita" tem uma formação estranha e talvez possamos dizer que única no mundo: a nossa Extrema-Direita não é populista e não tenta dialogar com as massas e trabalhadores, como a Alemanha Hitlerista ou Oswald Mosley na Ingleterra do pós-guerra, não cria símbolos de união nacionalista ou busca por uma identidade.

           Comum encontrar em uma mesma frase alguém ser acusado de Fascista, Nazista, Capitalista e de apoio ao grande monopólio corporativista mundial e nacional, não sendo mais estranho que o Nazismo foi um fiel defensor do anti-capitalismo e intervenção estatal em tudo. Troque o discurso dos Nazistas de ódio aos Judeus por conta da crise na Alemanha por Empresários e o Capitalismo e não será mera coincidência com o discurso de muitos partidos obscuros da nossa Esquerda.

         No Brasil, existe também uma vaga e prejudicial noção sobre o que é conservadorismo. Os políticos acusados de serem conservadores realmente são conservadores, apenas querem conservar os seus patrimônios econômicos à custa do Estado e utilizam-se da máquina estatal na garantia de privilégios da sua classe política. Em resumo, no Brasil ser conservador não implica admiração por Edmundo Burke ou conhecer Russel Kirk. Quanto à esquerda radical, esta fomenta o medo de estruturas políticas inexistentes e fracassadas que não têm valor ou possibilidade histórica de retorno ao poder, para mediar sua revolução em prol de uma igualdade sem liberdade, mantendo-se sempre na Oposição. Para este grupo, qualquer um que assuma o poder torna-se por direito Direita.


   Resumidamente, a nossa "Extrema-Direita" existe apenas na imaginação de partidos que tentam associar o Socialismo com a Liberdade, ou em revistas como Carta Capital. Enquanto esse golpe não acontece, existe toda uma geração em frente aos computadores, nos melhores apartamentos das grandes cidades, esperando a revolução. O grande aguardo não é pela cabeça do Czar ou pelos fuzilamentos: o aguardo é pelo primeiro ingênuo com ares de Keresky brasileiro que tente organizar tudo enquanto os déspotas aguardam o grande e tão sonhado Outubro Vermelho, desta vez sem escassez de alimentos e economia planificada. Não se engane ao imaginar que muitos dos que sonham a tal igualdade apenas desejam mais poder, poder para poder decidir o que é melhor a todos.

                   Existiu um período da nossa história em que se levantou um enorme debate sobre as mudanças sociais, o que levou ao surgimento de uma esquerda e direita "moderadas" ou apenas a ilusão destas. Toda uma geração de políticos repetia as falas ditas no ISEB e a palavra do momento era NACIONAL-DESENVOLVIMENTISMO. Grandes idéias à moda Mangabeira Unger ou Celso Furtado saíram neste período de proto-Ditadura. Esqueceram-se de comentar que alguém precisa fiscalizar o desenvolvimento, num período de demonização da iniciativa privada que surgiu a passos curtos.

                   Deixávamos de ser um feudo nos anos 50. Quer dizer, o Brasil eu não sei; São Paulo, podemos afirmar que sim, já que nunca houve divulgação sequer do liberalismo clássico no Brasil, imagina da escola austríaca! E existe quem acredita que o sonho do Liberalismo no Brasil faleceu juntamente com o abolicionista Joaquim Nabuco e o surgimento da República, esta, que já nasce deposta com Marechais, e suas grandes barbas e buchos robustos que estetizam as nossas glórias em grandes bustos por nossas praças, como o monumento aos heróis de Laguna no Rio de Janeiro, evento, aliás, em que, em sua grande maioria, brasileiros morreram de doença e fome antes de os paraguaios chegarem ao campo de batalha.


                  

                    Acredito que esse é um ótimo resumo do Brasil, cria-se um bode expiatório aos males ideológicos e sociais, toma-se o monopólio das virtudes e desacredita em nome do termo "democracia do debate" toda e qualquer forma de expressão contrária as ideias revolucionárias. Então vossos queridos arautos da liberdade, a mentira já foi contada várias vezes, tornou-se verdade, vamos ter que provar que a "mentira"(Libertarianismo é o que existe de pior a America Latina) é a melhor saída a crise moral das instituições e a falência da economia brasileira, a nefasta liberdade é a nossa maior arma. 


Por: Pedrus S. Paz 


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