terça-feira, 23 de junho de 2015

A mão invisível

O estado se parece muito mais com um deus do que o mercado.
Toda eleição é o mesmo chororô. Por mais que os brasileiros tenham por esporte falar mal dos políticos, é sempre a mesma ladainha: "Oh DEUS ESTADO, resolva nossos problemas".
Eu não vejo esses anjos que cuidam do dinheiro e dos interesses alheios com o mesmo afinco que teriam com os seus próprios. Eu não vejo como o DNA de um privado mudaria, se ele ganhasse uma eleição ou se assumisse um emprego público. Ele continua um privado, só que agora com controle sobre a vida e o dinheiro dos outros.
Observem esse bando de aves migratórias. Cada ave cuida da sua posição e da posição das suas vizinhas imediatas. Elas voam de forma coordenada, sem que haja um plano de voo geral elaborado por um hipotético "estado avícola".
Mesmo se elas elegessem uma ave presidente, a informação disponível para esta líder individualmente não é maior do que seria para qualquer outra participante. O estado não é uma entidade fora do plano dos problemas que ele se propõe a resolver. Ele é um elemento como qualquer outro elemento no grupo.
O mercado tampouco é uma entidade metafísica. Quando eu me reúno numa mesa de bar com amigos, eu poderia ter escolhido alocar meus recursos tempo e pensamentos de outra forma. Mas eu estou ali de forma voluntária e vou embora quando eu quiser. O mercado sou eu. O mercado são meus amigos. A mão invisível é a amizade e a nossa troca voluntária de ideias.
Essas relações existem de forma espontânea por si só. Tal qual o voo dos pássaros. O estado é só um inxirido nessa relação.
E às vezes ele aparece mesmo. Baixa um toque de recolher. Um "Boa Noite Teresina". E três horas da madrugada, nossa babá manda a gente pra cama.

Escrito por Dhiego Xavier

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