No dia 05 de maio de 2015, em depoimento à
CPI da Petrobras, Paulo Roberto Costa, ex-diretor
de abastecimento da Petrobras,
afirmou ao deputado federal Efraim Filho (DEM-PB) que a Petrobras vendia
derivados de petróleo (gasolina, diesel...) no Brasil por um preço de
aproximadamente 20% abaixo do que a empresa havia importado. Ou seja, quanto
mais a estatal vendia, mais prejuízo ela tinha.
Paulo Roberto Costa alertou Guido Mantega, que
na época era ministro da Fazenda e também membro (presidente) do Conselho de Administração da Petrobras,
sobre o risco da defasagem na política de preços da empresa, que ocasionava
em um resultado negativo na diferença entre o preço que a estatal importava e
vendia. Guido disse a Paulo Roberto que era favorável à manutenção dessa
política populista, é claro. O populismo nos preços visava o êxito eleitoral de
sua chefe, Dilma Rousseff.
Não quero aqui minimizar
a corrupção na Petrobras, pelo contrário, tenho em mente que o Petrolão foi o
maior escândalo de corrupção da história da humanidade. Acontece que parte do
populismo eleitoral na Petrobras foi feito com o dinheiro dos acionistas da
empresa. A brincadeira está custando bem caro aos bolsos dos brasileiros também.
Também é importante
ressaltar que a Petrobras age como um monopólio. O que prejudica ainda mais os
consumidores. A matéria da Gazeta Online explica muito bem o tema.
De acordo com o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), hoje, nas refinarias brasileiras, a gasolina custa 68,9% a mais do que no Golfo do México. O diesel está 53,2% mais caro.
Esse tipo de situação acontece porque não há uma política de combustíveis no Brasil, e a Petrobras - empresa controlada pelo governo federal –, na prática, monopoliza o mercado brasileiro. A estatal praticamente detém o monopólio do refino e da importação de petróleo no país. Entre 1953 e 1997, só ela tinha, por lei, o direito de explorar, refinar e importar petróleo no Brasil.
Até 1997, quando uma nova lei acabou com o monopólio, apenas a Petrobras desenvolveu no país uma rede de terminais portuários especializados, dutos e refinarias. Ou seja, apesar de o Brasil abrigar um gigantesco mercado consumidor, é muito complicado para qualquer empresa entrar aqui. O resultado disso é que, apesar do monopólio não existir legalmente, ele vigora na prática.
“bizarrice”
“Temos um mercado onde apenas uma empresa manda, uma tremenda bizarrice. Sem a livre concorrência, todos nós, os consumidores, estamos desprotegidos. A Petrobras, com o governo por trás, faz o que quer”, dispara o presidente do CBIE, Adriano Pires.
Ele afirma que durante todos os quatro primeiros anos do governo Dilma, quem mandava nos preços dos combustíveis, com o objetivo de segurar a inflação, era o Ministério da Fazenda. Em todo esse período, a empresa vendeu combustível no Brasil abaixo do preço que comprava lá fora, o que provocou um rombo bilionário em seu caixa.
“Agora, com a queda do barril do
petróleo, era para pagarmos mais barato, mas não vamos pagar, porque a
Petrobras está em sérias dificuldades financeiras, provocadas também pelos
desvios agora descobertos pela Lava Jato. Ou seja, o rombo saiu do bolso da
Petrobras e veio para o bolso do consumidor. Para completar a tragédia, o
governo, também sem dinheiro, anuncia a volta da Cide”.
solução
Na avaliação de Pires, só a instituição de preços de mercado no Brasil pode acabar com o problema. “Além de estabelecer a lógica de mercado, incentivaria a chegada dos concorrentes. Que empresa virá para o Brasil sabendo que, de uma hora para a outra, o governo, via Petrobras, vai mexer nos preços? Nenhuma”.
Bruno Funchal, economista da Fucape, concorda com a instituição na prática da livre concorrência. Ele lembra o salto dado pela Petrobras, na área exploratória, após o fim do monopólio, em 1997. “Quando há concorrência, você tem de se virar com as próprias forças. Não fica escorado numa reserva de mercado, que é o que temos hoje com a Petrobras, com o governo por trás, estabelecendo os preços dos derivados de petróleo no Brasil. Isso é ruim para o país e péssimo para o consumidor”.
solução
Na avaliação de Pires, só a instituição de preços de mercado no Brasil pode acabar com o problema. “Além de estabelecer a lógica de mercado, incentivaria a chegada dos concorrentes. Que empresa virá para o Brasil sabendo que, de uma hora para a outra, o governo, via Petrobras, vai mexer nos preços? Nenhuma”.
Bruno Funchal, economista da Fucape, concorda com a instituição na prática da livre concorrência. Ele lembra o salto dado pela Petrobras, na área exploratória, após o fim do monopólio, em 1997. “Quando há concorrência, você tem de se virar com as próprias forças. Não fica escorado numa reserva de mercado, que é o que temos hoje com a Petrobras, com o governo por trás, estabelecendo os preços dos derivados de petróleo no Brasil. Isso é ruim para o país e péssimo para o consumidor”.
E você, vai querer
continuar pagando o pato?
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